segunda-feira, 3 de julho de 2017

Azuis de portugal

Cavalgaram em mim
As tentaçøes
Com o tropel da adrenalina
Nos teus seios
Ao sol ao sol 

Gávea real
Fogo das espanhas
Azuis de Portugal

MR
Que me perdoe S. Jerónimo!

Paraísos

No principio era o verbo 
E o verbo se fez musica
E o teu corpo
Anunciava
Não a maçã
Mas o pomar inteiro

MR

domingo, 2 de julho de 2017

Amala

Sou a dobradiça
No cobre dos teus dedos
Finges que ės o génio
A quem as promessas enclausuraram
Quanto tempo
Para arrumar o destino
Em compartimentos sem fronteira
Em desejos áridos e esteréis
Definitivamente
Sonho a chave dessa mala
Sombra de luar
Em teu cristal inútil!

MR

O que não se vê

Acordas-me
Cada instante em que estou acordado
Vives em mim
Quando penso que já foste
Trazes inquietação
Onde antes vivia
O dia

Na minha calmia

Quero de volta
Todo o rumor das marés
Das minhas ondas
Tudo o que puder enfeitar minha casa
E sentar-me contigo à mesa
A falar de poesia!
Será essa a única magia
Para te tornar humano e...imortal!

MR

sábado, 1 de julho de 2017

Pedra

Eras pedra e acordaste
Na ponta do meu cinzel
Chamei-te, Maria!
E tu respondeste, Manel!

MR

quarta-feira, 21 de junho de 2017

O meu avô Marujo




O meu avô Marujo tinha longas pernas
E mãos grandes
Que tapavam os olhos
Para não ver a serra dentro dele.
Quando as longas pernas
Ficaram cansadas
Falava com a burra branca
E iam os dois ver a serra
Que não podia esconder dentro dele.
Os filhos ofereciam-lhe palavras
de saudade e consolo.

Ele respondia : E eu que vos pedi?

MR

sábado, 17 de junho de 2017

Noites de Carcavelos

Pai

Releio -te, pai
E vejo as tuas mãos grossas
A sulcarem o papel
Com arados de tinta

Abrias caminhos para mim
Enfeitados com as flores das letras
Nem eu sabia andar ainda
Nem sabia o peso da tua herança feliz

Pai
Qual o melhor caminho para ser pai?
Esta floresta mal me deixa ver
As tuas mãos ägeis e os teus passos firmes...

MR

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Rio Douro



Este é o Rio Douro que poucos conheceram.

Antes da construção das barragens o  Rio Douro era turbulento e perigoso.

Navegar pelo rio,exigia homens corajosos.

As barragens acalmaram as águas do rio.Hoje o rio é uma aprazível rota turística.

O barão de Forrester, produtor de vinho do Porto, morreu precisamente
no Cachão da Valeira (que se vê no filme), quando o barco que o
transportava (a ele e a D. Antónia Ferreira - Ferreirinha), se virou.
O corpo do Barão nunca apareceu.



https://vimeo.com/98925113

terça-feira, 13 de junho de 2017

Aqui

Aqui aprendi o luar do só
E a força da noite escura
Era preciso viver contra as pedras
Que me entravam nos bolsos vazios

Tu não sabias de nada
Nem de mim

Quando pude aspirar a flor
Já as mãos tinham envelhecido
E os olhos
Se recusavam a ver mais longe

Tu estavas morta
Por dentro à espera dum milagre
um beijo que nunca aconteceu...


MR

segunda-feira, 12 de junho de 2017

ROMANCIDO

Comecei hoje este romance ou história...
Ainda não sei como vai acabar, mas sei que muito vai demorar...


ROMANCIDO

Por letras, palavras e versos navegando
Vou agora contar  o que se passou
Numa idade distante, mas bem próxima de cada um.
Sou apenas o relator do que vejo, 
Sou observador, ouvindo os vagueios e explanações 
De quem não sabe porque está, mas vais ficando...

Consulto a memória e os apontamentos 
Que na altura tomei nota e boa falta me fazem
Prometo ser fiel ao senhor que comigo desabafava
Pedindo desculpa, se por qualquer omissão for responsável
Mas será atraiçoado pela memória e não pela vontade de errar
Que para tanto não tenho nem engenho, nem vontade.

Comprometido consigo mesmo
Procura na neblina dos nascente e poentes
A impressão de ser o mundo bem mais curto e limitado 
Que os relatos e escritos desde a antiguidade de navegadores.
Faúlha a incendiar-se, ao espelho escuro
ver-se e rever-se e... para tanto não se reconhecer.

continua...

sábado, 10 de junho de 2017

O rio

O rio trouxe as vozes do passado
Afagando a minha em surdina
Ergueram-se todas as sombras
Como castelos em cada esquina
O verde deste rio
É um corropio de saudade
A uns mata-os a distancia
A outros, a cruel vaidade

MRodas

Homenagem a Camões



A melhor homenagem a Camões é conhecê-lo! E lê-lo!


http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/camoes.html

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Eram duas

Eram duas, mas podiam ser mais
Uma floresta
Um deserto
As pedras entre nós
Olhar no centro do sorriso

Eram mais, mas podiam ser duas
As mãos que acariciam
As bocas que beijam
As ruas que não tēm fim

Eram muito mais que essas
As cerejas no teu regaço
Perfeito equilibrio na tarde de junho
Entre a promessa que fizeste
E as que fui cumprindo até hoje!


MR

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Dragões

Diz-me que sou o teu dragão
Diz lá
Diz que me levas pelos ares
Me incendeias a alma
E derretes a minha indiferença

Não
Eu sou o teu dragão
E levo-te aquele palácio de musgos e cal
Onde as manhãs claras são antes das noites sombrias
Convoco o fogo
Para que o teu corpo
Não mais arrefeça
E a solidão seja um circulo longínquo

Em cada escama
E em cada garra
Eriço o desejo
Para que voes e
Na ultima ameia de cinza
Me libertes e sejas minha!

MR

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Brincar

Há quanto tempo
Não via crianças a brincar na rua...
Os chilreios, as risadas

Foge que te agarro
Assim não vale
Eu estava primeiro
Era a minha vez...
Anda lá
Só desta vez...ou sempre!

Vem até mim
Este sussurro da infância
No apelo mais íntimo e solene
Da longa noite de adultos àvidos

Voltam os desafios
Os fantasmas, as esperanças
Voltam as mûsicas, as danças
Só tu não voltas, mae
Com manhãs floridas nos olhos

O teu olhar cansado
Cheio de recados e promessas
Foi na torrente dum rio
Esperar a minha foz, mãe!

MR

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Naufrago

As manhãs sustêm-me as mãos
E semeiam afagos
Nas tuas marės

Quando as tardes te tomam
Vejo no teu sorriso
A vaga memória
Dos meus naufrágios

Só a noite nos redime
entre velas e mastros
cestos, sal e vime...

MRodas

domingo, 4 de junho de 2017

Flor da Murta


Flor de Murta
Em teu peito breve
Floresce
Perfume solene

Murta
Senhora
Ou flor
Do mesmo
Jardim

Perfume de rei
Mulher de marqueses
Mãe de mão cheia
Senhora, senhora

Adopta o branco
A renda, o cetim, 
Ata no mesmo nó
O amor e o fingimento
A glória e o sofrimento.

MR











terça-feira, 30 de maio de 2017

Sabes porque não voas?

Sabes porque não voas?
PORQUE NÃO LÊS...
Se voasses, lias
enquanto voavas.
Ó pá, voa quando lês!

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Era uma vez...uma árvore


Era uma árvore que escorria pelo muro
queria pintar o mundo
com a alma das árvores.
Tinha ideias, tinha sonhos
tinha rebentos e frutos
só não tinha tinta de verdade

Cada dia ia atrás das sombras 
deixava-se ficar deitada nos muros.
Passado tempo
a sombra ficava colada no muro.
Era um jogo íntimo
uma seiva de luzes e sombras.


Mas um dia 

veio a guerra
e acabou a brincadeira.

Quando se retirou
lá para dentro, para o seu mais íntimo 
chamou a sombra
mas esta resistiu e ficou. 

A sombra sabia que um dia haveria paz
e nessa altura era preciso 
voltar a pintar os muros
com as cores de cada um.

MRodas



quarta-feira, 24 de maio de 2017

Lisboa-me!

Lisboas-me,
Quando me prometes o casario
As cores e os sussurros
Os pregões nas tuas manchas mais escuras!
Levanta-se em mim
Uma força antiga e primitiva.
Abraço-te
Percorro-te descalço pelos telhados
Levado pelos teus fados e caravelas

Enquanto tu
Me ofereces, em promessa,

um rio e uma ponte.


MRodas

terça-feira, 23 de maio de 2017

Morro

Lentamente eu morro
Dissipo-me em partículas acres
Com sabor a pinhões
Nas névoas dilaceradas de impossíveis...

Morro
Como o vento apaga com areia
Os sulcos da cobra
Ou a noite invade alegria
Esvaida em cada dia!

Não quero, mas morro
No azedo dos teus olhos ácidos, doentes
Limão ressequido de ásperas noites
Frio, frio mesmo aqui
Onde era suposto
Arrancar o ultimo grito à serra
O derradeiro olhar ao dia
E no teu destino semear flores...

Morro! Morro agora, para viver depois!



segunda-feira, 22 de maio de 2017

Nós

"Nós, para os outros, apenas criamos pontos de partida."


Simone de Beauvoir

Aveiro 2017

O dia começou às 5 h eis 7 já estava apanhar o combóio na gare do Oriente.



Ainda deu tempo para umas fotos.




O Paulo estava ensonadamente admirar a paisagem.




A estação é linda.



Em Aveiro às 9H a admirar os clássicos!



O Barata e o Paulo Espiga já com muita luz pela frente! E não é que fomos dar uma volta de Chaimite, e eu que nunca andei de Chaimite. Não resisti e gritei: 25 de abril, sempre!






O Paulo também!




E depois foi desfrutar...





Ao almoço, sabem quem encontrei?
A junção do meu nome com o do meu irmão! Teve piada.



E Aveiro é bem a Veneza portuguesa...


Ainda deu temp para este grafiti









E por fim, ainda antes do leitão na Bairrada, saiu a assinatura!